A condição climática, que no primeiro trimestre trouxe ora muita chuva, ora estiagem e altas temperaturas, agora deve favorecer a produção de frutas e legumes. Até meados de dezembro, a tendência é de queda nos preços desde que não haja nenhum caso atípico entre as lavouras.
"A temperatura atual favorece a produção do hortifrúti. A tendência é melhora da qualidade, aumento do volume ofertado e redução dos preços praticados", afirma o economista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Flávio Godas. Só na variação semanal do Ceagesp, a berinjela caiu 43,2%, para R$ 1,79 por quilo, o pepino baixou 29,4%, para R$ 1,45 e o tomate - um dos vilões da inflação no ano passado - diminuiu 17,8%, para R$ 3,04, diz o especialista. Godas lembra que as verduras podem não registrar mais quedas, pois os preços já se aproximam do custo.
No caso das frutas, a sazonalidade também responde pelo viés de baixa no mercado. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Moacyr Saraiva, o produtor tem investido em tecnologia para estender os períodos de safra, mas normalmente nesta época do ano algumas frutas ficam mais baratas, como o morango, uva de mesa e citros.
"No Sul, teremos uma boa florada de maçãs e no Sudeste está prevista alguma chuva positiva", afirma Saraiva. Para Godas, do Ceagesp, a falta de água em São Paulo não representa grandes problemas para o hortifrúti, considerando que cerca de 99% das lavouras são irrigadas.
As avaliações vão em linha com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O gerente de modernização do mercado hortigranjeiro da Conab, Nilton Junior, explica que este cenário não se reflete imediatamente no bolso do consumidor, visto que as análises são realizadas com os valores de atacado, mas funcionam como um termômetro de tendências para o segundo semestre. "Assim ficamos mais próximos do produtor e entendemos com mais propriedade o que está acontecendo no campo", acrescenta.
Apesar da tendência de queda, alguns produtos apresentaram alta, como a cebola. O aumento que ainda pode ser percebido pelos consumidores é reflexo de uma maior oferta do produto importado que impulsiona os preços. A batata também tem apresentado alta. "Insumos, como a energia elétrica, e o próprio dólar alto podem atrapalhar e trazer alguma dificuldade e mudar o cenário, em função dos cultivos irrigados", ressalta o gerente da Conab.
Fontes: DCI - Diário do Comércio & Indústria e www.agrolink.com.br
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